(Pedro Paulo Marra)
(Foto: Divulgação)
Hoje eu vi.
Uma cidade na correria.
Hoje eu vi.
Pessoas dormindo à luz do dia.
Hoje eu vi.
Os monumentos e moradias.
Hoje eu vi.
Corpos automatizados, andando pelas esquinas e conversando melodias.
Hoje eu vi.
A cidade respirar e transpirar.
Hoje eu vi.
A mesma se sufocar, de tanta gente pra lá e pra cá.
Hoje eu vi.
A luz do sol irradiar as folhas das plantas.
Hoje eu vi.
Uma poesia na casca, dentre tantas.
Hoje eu vi.
Alegria e tristeza.
Hoje eu vi.
Monotonia e riqueza.
Hoje eu pude ver.
Pude ouvir buzinas, sirenes,gritos, barulho de motor.
Hoje eu pude ver.
As mesmas caras robóticas de cansaço e ardor.
Hoje eu pude ver.
O campo de longe.
Hoje eu pude ver.
"Aerohumanos" viajarem de um canto a outro.
Hoje eu pude ver.
A chacina de almas.
Hoje eu pude ver.
Luzes brilhando e andares por casas.
Hoje eu pude ver.
O preconceito com a bobagem de ter preconceito.
Hoje a poesia pôde ver.
Que rimar é pouco para quem vive no asfalto e busca respeito.
Hoje eu pude ver.
O acidente que esse dia me provocou.
Hoje eu pude ver, sentir, pegar e ouvir essa cidade.
Que mal viu eu escrever isso aqui, no meio da calamidade.
Dessa vez, a cidade que pôde ver.
Seus filhos viverem.
Hoje, a cidade pôde ver.
Que quem vê a cidade sou eu e você.
Eae cidade, o que você viu?
Produção: 18 de Março de 2016.
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