(Pedro Paulo Marra)
(Foto: Reprodução)
Sem os cabelos do corpo.
Quase que nua.
Num olhar depressivo, parada na rua.
À espera do fim disso tudo.
Sombra iluminada.
Fios cinzentos jogados pela calçada.
Com seus sentimentos guardados em suas partes.
Virou estátua da praça de sua morte.
Era conhecida em sua vila.
Não passava despercebida.
Cultivava legumes e frutas.
Onde vendia na feira das ruas.
Sempre falavam com ela pelas janelas.
"Dolores, amanhã compro de ti", diziam os vizinhos.
Mal sabiam eles o quanto devia aos Panelas.
Assim chamados os organizadores da feira, que rolava todo Domingo.
E ela, doida por vinho devia muito.
A ponto de dever barris e mais barris.
Não conseguia sustentar seu lucro.
O que diante de seus gastos eram simples "plofts" num chafariz.
Passaram-se 6 meses até que não aguentou.
Sua fama subiu à cabeça.
Dever era um percalço para piorar a mesma.
Até trocou vinho pelo rum, o que também enjoou.
Um dos Panelas a chamou para tomar um chá.
Andando pela rua quase escura,
Dolores bebeu chá envenenado, quando ficou interrupta.
Toda nua e crua, igual na imagem disposta.
Se desfez diante do vento frio que fazia.
Pagou por seu vício toda sua dívida.
Agora, a feira não era parcelada pelos comerciantes.
Uma revolta os fez lutar por Dolores, rica de amantes.
Feira das Ruas, mais tarde...
Feira Dolores.
Produção: 20 de Janeiro de 2016.
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