(Pedro Paulo Marra)
(Foto: www.pazfabiana.blogspot.com.br)
Pingava muito.
Enquanto, Maria guardava a chuva.
E o trem das 6:30 perdido no mundo.
Maria acordou cedo, 5h, já calçadas as luvas.
Ao tom de pingos, caminhou 10 quilômetros.
Não aguentou esperar a chuva passar.
Para quem acordou junto dos pombos,
Maria tinha algo a encontrar.
Guilhermo, camponês do interior da França.
Desde os tempos de escola,
eram mais do que amigos quando crianças.
Até que a vida os sucumbiu, Maria foi embora.
Hoje, passados 7 anos, vão se ver novamente.
Ela viajou num frio de bater os dentes.
Ao deixar sua mala pelo chão entrou na casa de Guilhermo e o beijou...
Sem fazer planos.
Passaram uma semana juntos.
Ela, de férias de seu emprego de modelo fotográfica,
não podia reclamar de nada.
Era um afago entardecer com massagem nos pés sobre picos cinzentos.
E a cada noite era como capotar de um sonho.
Realidades distintas.
Paixões iguais, quase medonho.
Como uma caneta sem tinta.
Voltando desse sonho, ainda permanente no imaginário,
ela chorou por dentro.
Mais que a chuva que guardou lendo o vento.
Num amor quase deixado ao calvário.
Agora, Maria faz poses não só para cliques.
Agora, Guilhermo cultiva não só para produzir.
Mais 1 semana seria mais do que o suficiente para os fazerem sorrir.
Maria e Guilhermo, a várias madrugadas sem amores.
Produção: 12 de Janeiro de 2016.
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