(Pedro Paulo Marra)
(Foto: Reprodução)
O navio zarpou, e ela ficou.
Ficou remoendo,
remoendo o amor que a deixou.
E aquele vinho tinto, só ela estará bebendo.
O país clamava por honra na guerra.
E a esposa do soldado, só.
Nessa ilha quase deserta.
Ai da raiva subir à cabeça, chega daria nó.
Os dias se passaram se passaram, e chegaram...
Mais três dias para se passar.
A mulher do soldado estava por desistir.
No dia seguinte pela manhã, ele mandou uma carta.
Com uma mensagem de conforto e calma.
A guerra estava no fim, mas ele demoraria para voltar.
Enquanto a gota de choro caía lentamente, ela só podia lamentar.
Ilustre Dama da Ilha, não cabe a ela esperar.
Se passaram quase dois anos, guerra civil.
Segundo a tradição, nessas horas amor não há.
O rancor e a saudade se misturam como vinho tinto num barril.
Mas ela rompe com a tradição.
Esperando sempre pela noite, quando as navegações chegam.
O barco chegou, e ela doida por ele nessa multidão
"Se foi", disse um soldado.
Ganharam a guerra, mas dela, tiraram uma paixão.
E a cada noite ela vai para janela olhar o horizonte.
Reza pela alma de seu eterno amor.
E que um dia lá em cima, o encontre.
Estando longe desse navio que zarpou.
Produção: 24 de Novembro de 2015
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