Uma bela ceia

(Pedro Paulo Marra)

(www.unicristo.com.br/a-ceia-do-senhor-o-significado)

Sob uma inquietude noturna,
a ceia colorida se dispensa.
Recompensas visíveis às luzes de uma admirável cena.
Singelo ato de olhar para o nada, mesmo ao amanhecer quando as tonalidades estão leves e cruas.

Ciscos dizem ao corpo se deitar.
Mas para quê? Se por outrora não poderá admirar.
Brilho de postes ao horizonte, carros que vão e vem.
Numa dessas janelas e sacadas, a calmaria suaviza a alma, sem desdém.

O que são latidos, gritos e choros?
Ouvidos seguindo as cordas vocais que vêm das cores.
Em meio a tudo isso seu corpo cansado, implora horrores.
Relaxe, descompromissado numa noite de sexta com seu gorro.

A escuridão sucinta seu medo,
ao mesmo tempo seu contraste com a beleza não pede arrego.
Justo estar de pé, entretanto, engatinha para o sono pleno.
Finalmente deita-se à cama sereno.

Nada mais há de se fazer nesses instantes.
A noite brilhosa lhe torna involuntária,
chega a não sentir os dentes,
nem menos seu antigo e pesado escapulário.

Toda lua tem suas fases,
cheia de minguantes, novas e crescentes.
Não sabe ao certo qual mais bela, sabe-se que atrai gente como a gente.
Seja em praças, bares, janelas e diversos lares...
Uma noite bem dormida antecede olhares.

Produção: Março de 2015



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