Linhas tortuosamente poéticas

(Pedro Paulo Marra)

(Foto: Divulgação)

Mesmo com a mente vazia.
Para quem sente a fluidez,
é fácil fazer poesia,
quando a refleti com nitidez.

É como andar pela escada,
cada degrau compõe uma rima.
Os passos determinam o tema,
a um rumo sem dilema.

Poder citar detalhes minuciosos,
expor polêmicas e assuntos comuns sem pudor,
muito menos temer a crítica do povo.
Entretanto, é importante sentir das palavras, dias chuvosos ou calorosos.

O som de contornar o branco através de uma tinta, é magnífico,
ao mesmo tempo simples e especial.
As letras dançam ao som do pensamento ideal.
Ao deixar sempre uma dúvida nada pode ser feito.

Perante reflexos solares vindos da cortina,
ou uma luz artificial pela noite.
Os mecanismos mentais entram numa sina,
quase um estado mental de açoite.

Transpiram-se palavras num papel.
E quando inspirados em sumo?
Sua caneta é o juiz e a imaginação, o réu.
Junções tônicas de trechos em resumo.

De mãos dadas versos ganham sentido.
Animados ou não há de transmitir um espírito.
Conexões gramaticalmente involuntárias.
Um quebra cabeça com suas peças a serem montadas.

Sobre folhas amareladas, virtualizadas ou rasgadas pelo tempo.
Não há forma ou momento.
Versos datilografados na consciência.
Lembranças marcantes ecoadas refletem sobre a inteligência.

Como ciscos nos olhos, à reflexão lhe proponho,
ao acordamos depois de um sonho metafísico.
A fome nos consome  com uma sopa de letrinhas num livro.
Cada conjunto de versos um conto.

Sempre haverão dois lados,
duas escolhas, boas ou não.
Assim na vida e nos versos poetizados.
Mesmo guiados mais para um lado, tem de haver uma decisão.

É como uma neblina transparente que nos mostra a realidade,
nuvens negras em meio a raios e trovões.
Também uma luz radiante dilui a vida feliz de verdade,
diariamente profundas visões.

Produção: Março de 2015




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