Ao vento de uma tarde qualquer

(Pedro Paulo Marra)

(Foto: Augusto Real)

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas,
grupos de famílias caminhando pela praça, 
aos risos, induzidos por simples graça.
Não há impedimento algum nessa tarde ensolarada.

Complacente sem discussão.
Os pingos de uma fonte purificam as vistas.
Não há cansaço onde há alegrias,
nem sequer solidão.

Ao som da calmaria do céu azul ciano,
chega a hora de desfrutar de um bom rango,
seja entre amigos, família ou sozinho.
Até a tarde é bem vinda com um bom vinho.

Celebrar, amar, silenciar, até mesmo discutir.
Apenas, precisa-se sentir...
O calor humano faz o diálogo fluir.
É tão bom ser você, feliz sem se ferir.

Digamos que o olhar é um poço a céu aberto.
Guarda rancores...
Mas ao mesmo tempo, é belo e grandioso como um mar de flores.
Não deixe de piscar suas ondas fotografando a vida e seus farelos.

O picolé da criança derrete sua gargalhada,
não chega a ser elegante mas é desfrutante,
o sorriso de uma mera criança na calçada.
Aos pais enchem os olhos doces de um orgulho incessante.

Após voar nos pensamentos,
aterrize sua mente.
O contato com o solo tem outra vertente.
As nuvens de cima se acasalam em meio aos ventos.

Lapide seus sorrisos sambando da vida.
A malemolência na mais pura essência.
Aí que terá a felicidade vivida.
Deixe de usar perguntas e se leve pelas reticências.

Produção: Março de 2015



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