Disso tudo, fujo

(Pedro Paulo Marra)

(Foto: Divulgação)

Descabelada nessa indecisão.
Sem motivo para parar.
Helena foge de seu passado, em solidão.
Ela não quer mais saber de se apegar ou se desapegar.


Escapa da judiação da seca.
Civilização digna é o que ela implora nessa incessante correria.
Busca outras terras, menos batidas do àquelas de um dia.
Relata ela, separada, sem filhos, sem responsabilidades, na sina por uma terra "asfaltadamente" preta.

Sobre as coisas de antes, não mais lhe importa.
Menina moça, de comportamento imaturo, é indecisa, mas sem pudor em dizer não.
Helena foge de seu passado em solidão.
Rasga o vento afiado de rancor, numa angústia dolorosa.

Helena usa dessa correria de suas dúvidas sua solução,
de quem sabe ser livre e quer ser forte.
Hele foge de seu passado, em solidão.
Mesmo que isso tudo passe em pernoite.

Quanto à fome, nesse quadro de alerta, diz sentir mais nada.
Somente quer sentir outro chão.
O vento fica fraco, mas ela não.
Corre por essa rota sem rumo, desesperada.

Helena foge de seu passado, em solidão.
Em solidão de si mesma, de suas turbulências, de se sentir necessitada.
Mas de uma coisa só Helena sabe, e está em sua mão.
Sua grita interna tem uma explicação, as marcas de quando fora judiada.

Helena, caro leitor.
É uma escrava dos tempos modernos.
Sabe que precisa de algo, mas não sabe os porquês desses momentos.
Sua maior liberdade é estar longe desse pretérito desertor.

Vocês não enxergam o rosto de Helena por sua simples ideologia de vida.
Passar por tudo isso despercebida.
Por isso que seu sermão...
É fugir de seu passado em solidão.

Produção: 4 de Novembro de 2015


Comentários